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Ansiedade: um sentimento que pode se tornar patológico

A ansiedade é uma manifestação normal de nossas emoções. Sentimos ansiedade quando estamos em um projeto importante, ficamos ansiosos para saber notícias de um familiar ou quando estamos em situações de estresse emocional. Ansiedade, em si, não é uma doença, mas algo natural e inerente em nosso cotidiano.

Como qualquer outro sentimento, a ansiedade tem um papel importante na forma como gerimos a nossa vida. A ansiedade pode ser, inclusive, um grande aliada, um sinal de que algo em nosso universo psicológico deve ser tida em conta.

No entanto, esta sensação pode estar presente numa intensidade maior do que a aceitável. Uma ansiedade muito intensificada, levando a ansiedade generalizada, pode significar uma doença. Quando isso acontece muito, temos uma condição chamada ansiedade patológica.

A vida moderna, proporcionando-nos com inúmeras oportunidades, também oferece riscos potenciais. Na Internet, ou através de nossos telefones, permanecemos conectados continuamente. A mesma tecnologia que oferece vantagens também é capaz de criar uma grande quantidade de tensão.

Quantas pessoas sofrem de ansiedade patológica?

A ansiedade patológica é uma doença emocional extremamente comum e prevalente. Nos Estados Unidos, um em cada quatro americanos relata que sofreu ou sofre de transtorno de ansiedade generalizada. A maioria dos pacientes com este transtorno são do sexo feminino e têm entre 25 e 44 anos .1

No Brasil, os dados de uma pesquisa realizada em 2012, na cidade de São Paulo evidenciou resultados impactantes: 19,9% da população já teve, por um ano ou mais, transtornos de ansiedade.2

Quais são os sintomas de ansiedade?

No plano emocional, a irritabilidade é um das principais manifestações. Falta de paciência consigo e com os outros, comportamento explosivo e intempestivo e agressividade podem ocorrer. Os pacientes com ansiedade patológica relatam sentir uma forte angústia e sensação de que estão em defasagem em relação ao que deveriam ter feito ou realizado.

A ansiedade também se manifesta fisicamente, com sintomas muito diversos. Os mais comuns são:3

– Tremores
– Dor ou opressão no peito
– Formigamento em partes do corpo
– Insônia
– Taquicardia (aumentos dos batimentos cardíacos)
– Transpiração Excessiva

A ansiedade generalizada pode ter graves problemas de relacionamento com as pessoas. É muito importante procurar avaliação médica quando o excesso de ansiedade se manifesta em nossas vidas!

O que você pode fazer para diminuir seu nível de ansiedade?

– Para se manter uma boa saúde, tanto física como mentalmente, a dieta equilibrada é essencial. Há alimentos que possuem a propriedade de combater o excesso de ansiedade, tais como alface4 ou cebola, e algumas frutas, como maçãs ou peras.5

– Os alimentos ricos em Ômega 3, que é um tipo de gordura, também auxilia na redução da ansiedade.6 Você pode encontrar este nutriente em alguns alimentos, como a sardinha e linhaça.

– Atividade física regular: um grande número de estudos científicos comprova a importância e a eficácia da atividade física para o nosso corpo e para as nossas emoções.7

– Estabeleça limites para o seu trabalho! O lazer o e descanso são cruciais para a saúde de seu estado emocional.7

– Yoga, meditação e acupuntura: técnicas alternativas também são mostrados eficaz no controle dos níveis de ansiedade.8-11

A psicoterapia também é eficaz contra os sintomas da ansiedade.12 Pergunte ao seu médico se você deve complementar a sua tratamento com psicoterapia e quantas vezes isso deve ser feito.

O tratamento medicamentoso nos casos de ansiedade patológica pode ser eficaz. Obviamente o seu médico é o profissional que pode decidir se o tratamento medicamentoso é necessário e qual a medicação deve ser administrada.

Referências:

1. J Clin Psychiatry. 2002;63 Suppl 14:4-8. The epidemiology of anxiety disorders: prevalence and societal costs. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12562112

2. Mental disorders in megacities: findings from the São Paulo megacity mental health survey, Brazil. PLoS One. 2012;7(2):e31879. Epub 2012 Feb 14.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3279422/pdf/pone.0031879.pdf

3. DAVIES, RD. et al. Chapter 16 – GENERALIZED
ANXIETY DISORDER In: Jacobson: Psychiatric Secrets, 2nd ed. Copyright © 2001 Hanley and Belfus.

4. Pilot study of the efficacy and safety of lettuce seed oil in patients with sleep disorders. Int J Gen Med. 2011;4:451-6. Epub 2011 Jun 10.

5. Apple juice improved behavioral but not cognitive symptoms in moderate-to-late stage Alzheimer’s disease in an openlabel pilot study. Am J Alzheimers Dis Other Demen. 2010 Jun;25(4):367-71. Epub 2010 Mar 25

6. Omega-3 supplementation lowers inflammation and anxiety in medical students: a randomized controlled trial. Brain Behav Immun. 2011 Nov;25(8):1725-34. Epub 2011 Jul 19. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21784145

7. Workaholism and mental health among Polish academic workers. Bartczak M, Oginska-Bulik N. Int J Occup Saf Ergon. 2012;18(1):3-13.

8. Effectiveness of yoga therapy as a complementary treatment for major psychiatric disorders: a meta-analysis. Prim Care Companion CNS Disord. 2011;13(4). pii: PCC.10r01068.

9. Meditation for the management of adjustment disorder anxiety and depression. Complement Ther Clin Pract. 2011 Nov;17(4):241-5. doi: 10.1016/j.ctcp.2011.04.007. Epub 2011 May 25.

10. Acupuncture for Anxiety. CNS Neurosci Ther. 2011 Jun 7. doi: 10.1111/j.1755-5949.2011.00254.x. [Epub ahead of print] http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22070429

11. Effectiveness of yoga therapy as a complementary treatment for major psychiatric disorders: a meta-analysis. Prim Care Companion CNS Disord. 2011;13(4). pii: PCC.10r01068.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22132353

12. Cognitive behavioral therapy in anxiety disorders: current state of the evidence. Dialogues Clin Neurosci. 2011;13(4):413-21. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22275847